quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Para não dizer que não falei dos royalties...

Prezad@s,

Compartilho matéria sobre a questão dos royalties do pré-sal e sua utilização, ou a luta para este fim, no âmbito da Ciência e da Tecnologia.

O artigo foi publicado originalmente no jornal "Valor Econômico" e foi replicada hoje pelo Jornal da Ciência aqui.

Eis um pequeno trecho:


"A batalha política não é a única polêmica. O setor de ciência e tecnologia está preocupado. "Não se fala em como usar esses recursos para melhorar o País", diz Helena Nader, presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). Uma preocupação do segmento é que o projeto aprovado no Senado não prevê receita para o fundo setorial de petróleo, criado em 1997. "Com o projeto atual, o fundo CT Petro é eliminado, e isso é um contrassenso. Sem pesquisa e inovação, a camada pré-sal não teria sido descoberta", diz Helena. A verba desse fundo, estimada em cerca de R$ 1 bilhão, é aplicada na qualificação de pessoal e em projetos de pesquisas em parceria com empresas, universidades e centros de pesquisa.

O projeto diz que os recursos do Fundo Social irão para áreas como saúde, educação, tratamento e reinserção de dependentes químicos, meio ambiente, cultura, entre outras. Não foi definido o percentual a ser aplicado em cada segmento. A proposta dos acadêmicos é que sejam destinados 7% dos royalties do petróleo extraído em terra ou em mar que caberiam à União para ciência, tecnologia e inovação, e outros 7% para educação. No caso dos recursos destinados aos estados e municípios, a entidade defende que sejam aplicados 30% em ciência, tecnologia, inovação e educação. "O Brasil precisa discutir como usar esses recursos para criar políticas de Estado para melhorar o País", diz Helena."

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

A ação coletiva aos olhos da mídia - Revista Time


A ação coletiva aos olhos da mídia - Ou revitalizando os paradoxos de Sisifo


Sem dúvida não vivemos uma nova "primavera dos povos". Considero demasiado exagerada a comparação do que vimos em Wall Street ou no Oriente Médio com os fatos ocorridos no mundo na década de 1960. Ainda são muito difusos e obscuros, particularmente no Oriente Médio, os "móveis" ou gatilhos que deflagraram estes movimentos da sociedade civil. Justamente pela falta de acompanhamento minimamente aberto da realidade destes países em âmbito midiático é arriscado articularmos factualmente o que por lá ocorreu. Penso inclusive, por hipótese, em razões muito mais pragmáticas do que questões substantivas do imaginário social ocidental de cunho iluminista. Palavras de ordem costumeiramente apresentadas pela intelectualidade, democracia, liberdade, igualdade, dentre outras, talvez não tenham sido os móveis do "homem comum" árabe. Mas, como disse, prefiro a cautela do que o julgamento com ares de audácia sociológica.

Algo não menos problemático no caso dos protestos contra o sistema financeiro dos EUA onde ambos os lados parecem hipostasiar suas posições. De forma inegavelmente maniqueista. Isso torna as questões ainda opacas em demasia, o que me permite apostar em uma "decantação" dos fatos no médio prazo para a proposição de um diagnóstico menos inseguro.

Todavia, não deixa de ser alvissareiro vermos as possibilidades de reinvenção da ação coletiva neste longo ano de 2011. A entrada das novas tecnologias de informação gerou novas possibilidades de construção de redes, mesmo que profundamente hierarquizadas e desiguais na produção de interpretações simbolicamente relevantes, que possibilitou arranjos de "protesto" e "conflito" realmente inovadores. Tão inovadores quanto imprevisíveis dada a sua descentralização by nature. Inclusive esta pulverização não me autoriza a pensar em um mote único para que estes indivíduos e grupos tenham se mobilizado. Mais uma vez defendo a explicação multivariada como via de entendimento minimamente dos acontecimentos neste e em tantos outros casos.

O que me surpreende, para além das conexões digitais em redes sociais, é a objetivação destas em forma de protestos de massa e interações invariavelmente desconexas e concretas. Algo provocou o homem (e a mulher) comum de modo que o rochedo do "auto-interesse" se deslocasse para inúmeras pessoas que não tiveram o aprendizado político de décadas anteriores. Veremos a longevidade destas possibilidades? Mas, só ex post facto....

A escolha da revista estadunidense "Time" de eleger uma personalidade sem rosto, algo que não é exatamente uma novidade do hebdomadário, nos sinaliza que algo ocorreu com o imaginário social médio neste ano. E é este o ponto que julgo mais relevante. Se o subsistema de comunicação de massa, em seu inegável processo de redução de complexidade, aponta para um elemento subversivo que é o conflito enquanto gramática relevante e até legítima... Fica um otimismo enquanto vontade do século XXI finalmente se apresentar de forma substantiva e dizer a que veio este pouco admirável mundo novo. Sisifo, em algum lugar da mitologia, deve estar com uma sensação persistente de deja vu.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Ensaio Fotográfico - "Senhora dos Raios"

Prezad@s,

Apresento o ensaio fotográfico "Senhora dos Raios" elaborada pelo professor Sérgio Silva da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO).

Sérgio é sociólogo e fotógrafo de singular sensibilidade. O conheci nos tempos em que o mesmo trabalhava na UENF onde eu tive o prazer de ser um de seus orientandos.

O ensaio em questão pode ser degustado aqui: http://www.flickr.com//photos/sergiosilvaimagens/sets/72157628347919137/show/

No próprio link do ensaio há a possibilidade de conhecer outros trabalhos do fotógrafo/sociólogo onde pode-se acompanhar a apresentação de diferentes manifestações no espaço público. Quilombolas, manifestações religiosas, espaços ancestrais em Portugal.. Um cardápio eclético para sociólogos e apreciadores do bom uso de uma máquina fotográfica.

Cabe frisar que a reunião de imagens é a expressão do "Projeto de Pesquisa Cultura Visual e Esfera Publica Pós-convecional" segundo o próprio Sérgio Silva.