quarta-feira, 29 de maio de 2013








Diante da situação surreal em que se deparam atualmente os clubes do Rio de Janeiro com a impossibilidade de realizar jogos na segunda maior cidade do Brasil (e quarta maior da América Latina) pela simples e patética falta de estádios (Engenhão interditado sob ameaça de desabar por uma ventania e Maracanã sendo preparado para o Eike), o técnico Oswaldo de Oliveira, o Oswaldinho, resumiu o quadro: “Beira o absurdo!”



Oswaldinho está certíssimo no que diz respeito à essência da situação por qual passa o futebol carioca (que nem Júlio Verne junto com Stephen King seriam capazes de explicar...), mas erra num ponto fundamental:



O futebol do Rio não beira (há décadas) o absurdo. Ele – e o futebol brasileiro em geral – estão atolados até a goela no mais claro e dantesco absurdo. Ele não beira Oswaldinho, já está nele. E talvez nem Deus saiba como ele irá sair dele. Se é que vai sair um dia.




Conta-nos a história que o legendário treinador Flávio Costa dizia lá em meados do século XX com sobras de razão e lucidez que o futebol brasileiro só era bom e organizado da porta do vestiário para as quatro linhas. Em compensação o quadro fora delas era o pior possível. Quis o destino que a derrota na Copa de 50 – com um festival de trapalhadas da cartolada nos dias que antecederam a decisão contra o Uruguai – servisse para confirmar da forma mais amarga as palavras do antigo e autoritário treinador.



Passadas décadas e apesar de 5 copas mundiais conquistadas – resultado exclusivo do talento de boa parte de seus jogadores – a afirmação de Flávio Costa já se encontra canhestramente datada. Não porque as coisas tenham mudado pra melhor. Muito pelo contrário. A organização e o nível de profissionalismo fora de campo nos dias atuais não devem em nada ao tempo que Carlito Rocha obrigava todos os jogadores do Botafogo a acariciar e entrar em campo junto ao cachorro Biriba; a maneira como o futebol é gerido hoje deixaria Paulo Machado de Carvalho profundamente envergonhado. E olha que estamos falando de um empresário extremamente competente, mas que teve a proeza de obrigar a seleção brasileira a entrar com um uniforme todo azul – o branco lembrava o fantasma de 50... – para enfrentar a Suécia na decisão do campeonato mundial de 58. Pelo singelo motivo de que o azul era a cor do manto de Nossa Senhora Aparecida. Mas imaginem vocês o sentimento de aversão que teria o Dr. Machado ao ver a sucessão de sandices e infantilidades cometidos por “profissionais” (está em aspas pois eles não ganham nada pra isso, fazem-no exclusivamente por “amor”....) que teriam em tese o dever de gerir e tornar viável e rentável essa indústria chamada futebol brasileiro?






Não. Não senhoras e senhores! O futebol brasileiro atual consegue ser horroroso também dentro de campo. Sintoma disso é a aversão dos clubes europeus em contratar qualquer técnico brasileiro. É o fato de ter caído assustadoramente o número de jogadores brasileiros nos mais importantes e ricos clubes do Velho Continente. É a maneira como o cenário local consegue ser dominado por jogadores de meia-idade.



O futebol que Neymar e suas lágrimas deixam pra trás ofendem e denigrem o mais reles senso de dignidade e bom gosto. A ponto de jogadores absolutamente comuns serem alçados a categoria de semideuses. O trágico e mítico exemplo do Dedé é pra lá de literal!



Vários desses dirigentes e jogadores deveriam estar no banco dos réus da Comissão da Verdade. Tinham que explicar o como e o porquê da façanha de conseguirem matar com o futebol desse país. E o simples fato de imaginar que eles ganhem dinheiro com tal crime é uma ofensa à história desse país. Um golpe na memória de quem construiu esse patrimônio ao longo de décadas. Um tapa na cara!!





Leonardo Soares está prestes a trocar o futebol pelo UFC. E espera ver em breve o grande duelo entre Anderson Silva e Eduardo Paes...

quinta-feira, 23 de maio de 2013



Mas o que incomoda tanto os intérpretes brasileiros alojados no covil de nome “grande mídia” quando o assunto é Venezuela? Mais do que isso, quando o papo é a já longeva hegemonia bolivariana no poder presidencial, por que tanta espuma no canto da bocarra?

Eles se contorcem de raiva, dão chiliques mil, fazem beicinho, batem pezinho, dão tremiliques neurastênicos quando alguém ousa sugerir que a Venezuela goza de uma democracia efetiva, ampla, de fato e de direito. Claro, com problemas. Mas que democracia no mundo não as tem?

Não! Sugerir tamanha insanidade ou é prova de mau-caratismo, de desonestidade intelectual, de fanatismo tresloucado por uma ditadura à la Isla del Comandante, ou  mesmo um indício da ausência de qualquer valor moral ou ético. Ou seja, tanto numa ou noutra hipótese estariamos diante de um sujeito sem a menor empatia, um psicopata ideológico, que demonstra total desprezo pela vida humana. Quase que um celerado surgido de algum cenário esguichado de groselha de Criminal Minds.

De início argumentava-se que era uma ditadura, pois controlada por um caudillo com mãos de ferro e temperado com inumeros pasitos de mambo. A República Bolivariana era retratada como uma versão pós-moderna e caribeña da natimorta República de Sucupira, de Dias Gomes. Para ilustrar os efeitos de tal estratégia de poder e domínio, apresentava-se um sem número de venezuelanos pobres, destentados, sorridentes e negros – fato muito importante para as classes médias brasileiras, que o diga uma revista que explora através de suas capas um certo imaginário de fazer corar o mais intrépido capitão-do-mato (“Cuidado! Ela [uma negra] pode decidir a eleição!”). Quem não se lembra?



Um argumento complementar era a de que Chávez e seus asseclas conseguiram asfixiar não só a oposição parlamentar, mas praticamente aniquilaram a imprensa – crítica e higiênica – do país. Vendo programas em algumas TVs e nos editoriais dos pasquins conservadores não há como duvidar de que a oposição, legislativa ou midiática, foi esmagada naquele país. Vive-se nele um regime de medo, onde qualquer crítica, qualquer contestação, toda e qualquer discordância é peremptoriamente silenciada, nem que seja à bala.

Uma rápida passada por alguns dos principais veículos de comunicação da Venezuela mostram o quanto isso é mentira. Puro papo terrorista de gângsters da palavra escrita e falada.

“Ausencia de diálogo y eliminación del parlamentarismo caracterizan al fascismo”, estampa o El Nacional. No mesmo pasquim lemos o articulista Alberto Tyszka afirmar que “es obvio que el chavismo no sólo cambió de líder, sino también cambió de asesores. La bandada de pájaros que rodea ahora a Maduro no conoce bien el país.” E quase chega a declarar que o presidente não passa de um charlatão. A também articulista Milagros Socorro insinua que se trata de cambada de gângsters: “La guinda de este panorama la ha puesto la hija del fallecido Chávez, quien hizo pública la patética escena que protagonizó en un restaurante del este de Caracas, donde fue caceroleada. Al conocerse en qué costosos locales pasa la muchacha sus holganzas, parte del país se ha preguntado: ¿cómo paga María Gabriela Chávez las cuentas de estos restaurantes? que, sin duda, están muy por encima de las posibilidades de la clase profesional venezolana. Como diría el tártaro de la salsa, ¿cómo lo hacen? ¿Cuál es el negocio?” E la Globovisión, principal veículo da oposição, repercute as declarações do deputado anti-chavista Stalin(êpa!) González, que assegurou: "Quienes están conspirando contra el Estado venezolano, están en las filas del Gobierno".

Mas onde se localizam esses meios de imprensa? De onde estão veiculando manchetes e editoriais acusando o governo chavista de gângster, mafioso, fascista, stalinista, hitlerista, canalha, covarde, nojento, proxeneta e fedorento? Ora, certamente de um lugar seguro. Mas onde: Tibet, Azerbaijão, Turcumenistão, Conchinchina, Bambuluá, Marte? Não senhores: ali mesmo na Venezuela, em Caracas, eles atacam e acusam nas barbas do governo totalitário, que sufoca, massacra, cospe, esmurra e extermina a oposição e a liberdade de imprensa. Façam-me o favor. Que ditadura é essa? Se isso é ditadura, eu quero uma pra poder viver.

Na verdade nossa intelligentsia se escandalizava com a possibilidade da gentalha chegar tão perto do poder. Portanto, a questão dessa direita ilustrada não é apenas ideológica (presente num certo temor de um socialismo do século XXI). A questão é de preconceito de raça mesmo. Ou seja, o negócio é muito mais vulgar e cafajeste do que se imagina. Quem acha que essa gente é inspirada pelos escritos de Hayek, Friedman, Rostow ou mesmo de um Roberto “Bob Field” Campos (vá lá...) está redondamente enganado. O guia espiritual deles é algo próximo do Justo Veríssimo mesmo! Ela é vulgar e boçal, sem sombra de dúvida.

No fundo, a velha, rançosa e asquerosa concepção de que favelado (e negro ainda por cima) não pode fazer política. A política com P maiúsculo, a política sancionada pelos receituários dos grandes cientistas sociais da Harvard e Oxford. Gente inculta, pobre, selvagem e promíscua. Gentinha, na verdade. Como não nos remetermos às carcumidas concepções e teses do pensamento racial brasileiro, da pena de um Nina Rodrigues, Silvio Romero, Euclides da Cunha e Oliveira Vianna?


No fundo o que se deplora não é apenas um projeto de Nação que ousa ser popular (por querer se fundamentar no apoio da gente das Villas e Fábricas). É preciso destacar que a revolta e o ataque histérico da direita envergonhada tupiniquim tem uma dupla motivação.

Em primeiro lugar, ele revela a sua frustração com o fato de em pleno III milênio ainda termos que conviver com manifestações de uma democracia autêntica, onde os anseios populares estão acima – ainda que num processo extremamente tenso e incerto – dos rituais e salamaleques estéreis de uma democracia formal, sem vida, gelada e impessoal. De perfeita fachada liberal e que por isso mesmo só funciona para uma requintada casta. Tão típica ao sul do Orenoco.... No fundo, a direita se mostra – mais uma vez – radicalmente contra a democracia popular.

Em segundo, ela se exaspera por ter que suportar tantos negros mostrando a canjica, não apenas ao postar o seu voto na urna, mas pelo fato de minimamente lutar e se organizar para participar efetivamente dele. Reação bastante compreensível num país que nunca elegeu um negro para presidente. E que em mais de 200 anos de “democracia” elegeu tantos governadores, prefeitos de capitais, senadores e até presidentes de clubes de futebol "de cor"(sic), que se reunidos talvez dessem para encher um fusquinha.

Aliás, há como discordar do ministro Joaquim Barbosa quando ele afirma que a imprensa é de direita? Deplorando inclusive o fato dela ter pouquíssimos negros em suas redações. Ele falou alguma mentira? Além de ideologia (e muito dinheiro no bolso - via BNDES, bancos, multinacionais e Cachoeiras da vida), essa imprensa tem cor? 

Que país é esse?????

Leonardo Soares é historiador e bolivariano-dos-últimos-dias.

domingo, 5 de maio de 2013

Tragicamente a história se repete. E novamente como farsa. Para defender a democracia venezuelana, a imprensa nacional brada sem nenhum rubor por um verdadeiro golpe de Estado.






Seria cômico se não fosse trágico. Ou vice-versa (ah que diabos...). Mas o fato é que só fazendo um exercício tradicional de inversão de papéis e caricaturas (isso ficará mais claro já-já) para termos o mínimo entendimento do modus operandi dessa verdadeira máquina de extermínio da lógica e do respeito a inteligência alheia. Falo de nossa imprensa. Que segundo as más línguas é controlada por “meia-dúzia de famiglias”. A questão é complexa e merece uma reflexão mais detida. O que não é o caso aqui. Nos contentaremos apenas com alguns pasitos pelo Teatro de Absurdos em que se transformou a dita-cuja . Talvez assim procedendo seja possível tornar minimamente compreensível o escandaloso oceano de incoerências no qual chafurda os pasquins dessa pátria mãe-gentil.


Então, tudo começa assim:

No início da madrugada do último dia 15 de abril, depois de uma encarniçada batalha voto a voto, o candidato da direita à presidência, Aécio Capriles vence o candidato da “esquerda” Dilmo Maduro. O problema – para alguns – é que ao final Capriles triunfou por pouco mais de 200 mil votos. E aí a história começa de fato. O Brasil, pois é onde se passa o sucedido, é acusado de padecer de uma ditadura. Muitas pessoas não entendem tal acusação: no país o voto não é obrigatório, até os ministros do Supremo são eleitos pelo povo. Fora que as eleições contaram com o acompanhamento de inúmeros órgãos internacionais de fiscalização.


Mas Dilmo e seus correligionários não se fazem de rogado: promovem passeatas, panelaços. Comités do candidato vitorioso são incendiados. Correligionários de Capriles são agredidos. O candidato derrotado não aceita o revés. Macula todo o processo, de maneira irresponsável e fascista. Antes de Dilmo, só os militares em golpes pregressos buscaram violentar com tamanha torpeza a democracia brasileira. Vocifera que assumirá a presidência nem que tenha que escorraçar Capriles de um mandato que a nação brasileira lhe conferiu soberana e democraticamente.


Mas como se não bastasse, uma das situações mais bizarras se passa no plano das repercussões dessa crise em outro país de grande importância estratégica na região. Em especial, a abordagem efetuada pela sua chamada “Grande Imprensa”. Iremos agora à Venezuela.

Na Venezuela, o governo é ocupado há mais de 10 anos por um mesmo partido, o PT, Partido do Trampolim (dito de esquerda). E por isso ele é acusado pela oposição(risos) e pela grande imprensa de ter um projeto nefasto de poder, que objetiva a imposição de um pensamento único. Tudo retratado como uma espécie de Revolução Cultural Venezuelana. Para muitos, o partido teria tornado sistêmica a corrupção no congresso. Isso mesmo levando em consideração o fato de um presidente famoso e intelectual ter sujado as mãos com compra de votos para aprovar a sua reeleição, num ato de banditismo político sem precedentes na história da República. Por muito menos - a compra de um FIAT pelo PêCê Farinha - Fernando Dollar foi afastado do cargo.


Seu principal oponente é o Partido da Social-Democracia Bolivariana, o PSDêBê. Por outro lado, este governa há mais de 18 anos um dos estados mais populosos, Carabobo. E aqui ninguém - nem a imprensa – faz qualquer insinuação de que tal permanência no poder constitua uma ameaça à democracia, não digo venezuelana, mas carabobense.


Mas o mais importante, toda a grande imprensa desse país fez intensa campanha de apoio à tentativa de golpe perpetrado por Dilmo. Praticamente todos proclamam a necessidade de recontagem dos votos e desfiam a tese de que o Brasil vive uma draconiana ditadura. Alegam que Aécio se serviu de fraudes, ameaças, coações, compra de votos.


O mais interessante é como os órgãos de imprensa buscam fundamentar as suas teses(risos). Para tanto reverberam a posição imparcial e desinteressada de Cuba, justamente o maior inimigo do Brasil. Antes mesmo da declaração do vencedor legítimo do pleito, o porta-voz da Casa Mulata se apressou em exigir a recontagem de votos. Simples assim. Considerada bastião da democracia, Cuba impõe um desumano bloqueio econômico de décadas contra o pobre EUA. Pelo simples fato deste não ter querido se alinhar politicamente com Cuba. No início da década de 60, o presidente cubano, John Kenny-G só participou ativamente de um plano para assassinar o então presidente dos EUA, Pitel Castro. Só isso. Como admitir que um presidente possa participar de um plano de execução física de um adversário político? O que o diferencia de figuras como Saddam Hussein, Pol Pot, Muamar Kadafi ou Lampião? Que democracia é essa? Mas em Cuba tudo é possível, inclusive ter o maior arsenal nuclear do mundo e vários mísseis apontados contra diversos países afora, e ter a coragem de declarar como ameaça ao mundo um país que tinha se tanto um barril com produtos químicos numa fábrica abandonada, como foi o caso do Iraque.


Mas a imprensa venezuelana não está nem aí para algo como a coerência. Na verdade, se fizermos um rápido resgate da sua história, veremos que tal imprensa pode ser tudo menos incoerente. Uma rápida visita à abordagem dela sobre a Revolução(sic) Redentora(sic) de 64 é mais do que suficiente sobre isso:

O jornal O Planeta assim exaltava o famigerado movimento:

“Ressurge a Democracia! Vive a Nação dias gloriosos. Porque souberam unir-se todos os patriotas, independentemente das vinculações políticas simpáticas ou opinião sobre problemas isolados, para salvar o que é de essencial: a democracia, a lei e a ordem.

Graças à decisão e ao heroísmo das Forças Armadas que, obedientes a seus chefes, demonstraram a falta de visão dos que tentavam destruir a hierarquia e a disciplina, o Brasil livrou-se do governo irresponsável, que insistia em arrastá-lo para rumos contrários à sua vocação e tradições.


O JV, Jornal da Venezuela, não pestanejava em seu editorial de 1º de abril daquele ano:

“Desde ontem se instalou no País a verdadeira legalidade ... Legalidade que o caudilho não quis preservar, violando-a no que de mais fundamental ela tem: a disciplina e a hierarquia militares. A legalidade está conosco e não com o caudilho aliado dos comunistas”


O Correio da Madrugada festejava: "Lacerda anuncia volta do país à democracia." O Estado de Carabobo não deixava por menos: “Democratas dominam toda a Nação”. A Folha de Carabobo arrematava: “São claros os termos do manifesto do comandante do II Exército. Não houve rebelião contra a lei. Na verdade, as Forças Armadas destinam-se a proteger a pátria e garantir os poderes constitucionais, a lei e a ordem”.


Mesmo no fim da ditadura militar, celebrada por esses órgãos como uma autêntica revolução democrática, alguns chefetes dessa imprensa não deixaram de expressar a sua lealdade para com os generais. Talvez o maior deles, Bob Mariño, dono de O Planeta, assinava o seguinte editorial intitulado “Julgamento da Revolução", de 1984:

"Participamos da Revolução de 1964 identificados com os anseios nacionais de preservação das instituições democráticas, ameaçadas pela radicalização ideológica, greves, desordem social e corrupção generalizada". 




Mas não esqueçamos da Revista Vesga. Essa a mais virulenta de todas. Um dos seus articulistas classifica simplesmente como narco-militar-terrorista a pseudo (segundo ele) democracia brasileira.  Uma ditadura sangrenta, bestial, que se inspira num bandido, um “porco fedorento” – assim o articulista se refere a Che Guevara. Outro bastião da democracia, a revista Vesga vem ganhando notoriedade pelas sucessivas matérias de cunho racista, homofóbico e golpista na Venezuela. Mas não é de hoje. A revista criada em fins da década de 60 já fazia das suas. Era pródiga em publicar fotos e textos pedindo informações “custasse o que custasse” sobre militantes da esquerda, classificados pela revista Vesga como verdadeiros “agentes do terror”. Matérias nas quais tais agentes eram sempre perfilados como “Procurados”. Era a revista criminalizando desde sempre a resistência contra a ditadura.


Pior: a Vesga não tinha o menor pudor de fazer o papel de capitão do mato do regime. Numa das suas mais famosas caçadas, o alvo foi o líder da ALN (Ação de Libertinagem Nacional), Carlos Magrella. Sua morte foi intensamente festejada pelo pasquim. A edição comemorativa da morte da “alma da escalada do terrorismo” se constitui num dos maiores atentados aos direitos humanos. A Vesga assevera que mesmo cercado por 40 policiais, Magrella não se rendeu, para depois complementar: “Ele nem chegou a pegar sua arma”. Lembra que na Alameda Casa Roxa – local da tocaia - houve um intenso tiroteio entre a polícia e 13(!?!) homens do “esquema de segurança” de Magrella. Para logo depois se trair novamente: “Sozinho e confiante, Carlos Magrella caminhou para o carro onde morreu”.

E como se não bastasse, a revista ainda estampava para abrilhantar mais ainda a edição comemorativa, a foto de uma menina e a reprodução da rápida conversa que teve com sua mãe assim que soube do ocorrido ali mesmo na Casa Roxa:

“Mamãe, conseguimos. Mataram o Magrella!!!”


E depois disso tudo, a revista publicaria extensa entrevista com o General Venezuelano Mérdici, responsável pela imposição do UI-5, detonando uma verdadeira escalada da repressão e tortura. Não para Vesga. O título da capa mais uma vez fazia pouco caso da inteligência e dignidade humanas: “O presidente não admite torturas”.


Com uma imprensa como essa, golpista até a medula, como não ter pena da Venezuela? Onde podemos encontrar uma imprensa que defende tortura e golpe como se tivesse tudo a ver com democracia?


É difícil entender. Pobre povo venezuelano.....



* Leonardo Soares é flamenguista, professor e historiador. Ou seja: um perfeito sofredor!

sexta-feira, 3 de maio de 2013




Terminada a partida de volta das semifinais da Champions League entre Bayern e Barcelona, não restava um pingo de dúvida sobre a justiça do placar (3x0 em favor da equipe alemã). Na verdade, 7x0 no placar agregado.

O que discutir depois disso? Muita coisa. Nada – repito – sobre se foi justo ou não a classificação e o triunfo do Bayern. Sobre isso não cabe a menor discussão. Mas sim sobre as consequências sobre o mundo do futebol. Essa é uma questão em aberto, que será alvo de muita especulação e até teorias por muito tempo ainda – ao menos até o início da próxima temporada. Outra discussão importante é sobre o modelo de organização tática que irá prevalecer pelos próximos 10 anos. Na verdade será que este resultado é tão profundo assim? Será que o alardeado fim do ciclo do Barcelona é um fato? Mas muitos retrucarão: o Messi não jogou, ele estava machucado no primeiro jogo; pelo menos três gols do Bayern no primeiro jogo foram ilegais etc. etc. etc. A discussão é válida. Os dois lados têm seus argumentos. Mas é preciso que se reconheça que os adeptos anti-Barça estão na crista da onda neste momento. Contra números não tem discussão: 7 a 0. Sete à zero.... Com direito à olé (ou hôlê, conforme entoavam os alemães presentes no estádio) e tudo no Nou Camp.

E assim temos que aturar o Galvão Bueno dizendo, por exemplo, que o estilo de jogo do Barcelona é pouco vertical (?!?!?!?!?). Confesso que não consigo entender bem o que o histriônico e ufanista locutor quis dizer com isso, mas me pergunto o que acham sobre isso as dezenas de adversários que foram literalmente massacrados pela equipe catalã nos últimos anos, com sonoras goleadas, vendo o Messi e cia. passear pelo campo, sem poder fazer nada, a não ser correr atrás feito figurante de filme dos Patetas ou de O Gordo e o Magro, a exemplo do Santos naquela partida de 2010. Foi de dar pena!



Mas o que quero trazer aqui é o que considero mais urgente e angustiante para nós que somos obrigados a respirar o intragável futebol brasileiro. Quero falar a respeito de um certo sentimento, eivado de rancor, ressentimento e despeito para com o Barcelona por parte de várias figuras da opinião pública e da crônica esportiva nacionais. Um verdadeiro sentimento de ódio que foi se consolidando com as sucessivas vitórias – na maioria das vezes acachapantes - do time do Barcelona. Mais do que analisar a derrota do Barcelona ou comemorar a vitória do Bayer - seja por uma improvável simpatia pela equipe bávara, seja por uma admiração pelo estilo de jogo alemão – o que se vê é um indisfarçável regozijo com a derrocada do time da Cataluña. Eles fazem questão de tripudiar, fazer pouco caso e, principalmente, vibrar escandalosamente o placar de 7x0. Não faltaram “mas não era o melhor time do mundo?”, “mas não era o time de 90% de toque de bola, de passes rápidos, dribles mágicos”, “cadê o Messi?”.

O rancor é mais do que visível. Por pouco não produz mal-cheiro. Mas por que tanta raiva? Por que tanto recalque? Ora, as pessoas têm o direito de torcer pelo time que elas quiserem. Mas no caso dessa torcida anti-Barça tupiniquim o buraco parece ser bem mais fundo (e de um odor desagradabilíssimo). Não se trata aqui de questionar um direito. Trata-se isso sim de expor uma questão de fundo. A questão que motiva tanta mesquinharia e pobreza de espírito. E isso se vê confirmada quando passamos os olhos na cobertura da imprensa internacional. A sua quase totalidade exalta a “conquista” do Bayern, demonstra certa preocupação com um possível fim do ciclo da equipe que encantou o mundo nos últimos 5 anos. É claro que há espaço para piadas e brincadeiras. Mas até os argentinos, ao fim e ao cabo, reconhecem e rendem homenagens ao que o Barcelona conseguiu oferecer não apenas a sua torcida, mais aos amantes do bom futebol, do jogo lindamente jogado por todo o mundo. Time de passes rápidos sim, do tal do tiki-taka, de tringulações intermináveis, de muita posse de bola. Mas de muita marcação também, em todo o campo, sufocando os adversários por todo o jogo, deixando-os literalmente sem ação nem reação (algo que uma certa equipe alemã aprendeu a fazer, inspirando-se no Barcelona, ora, e não no ASA de Arapiraca...). E era com isso e por isso que jogava quase que os 90 minutos no campo do adversário. E em certo jogos, passavam a maior parte do tempo na intermediária rival mesmo. No fim o que a imprensa internacional quer dizer é o seguinte: "Perderam. E ponto. Mas muito obrigado por tudo que vocês fizeram pelo futebol. Se ele voltou a se tornar agradável, isso se deve a vocês. Muito obrigado Barcelona!". É isso. E palmas para o Bayern.

É inadmissível que no ardor dos festejos da comemoração da derrota alheia, os adeptos rancorosos do futebol pobre e mal-jogado não reconheçam a revolução efetuada pelo Barcelona. E nisso a digital de Pep Guardiola é mais do que vísível (mas não esqueçamos da contribuição de Cruyff, Reikard, e – principalmente – dos seus brilhantes jogadores, tendo Messi, Xavi e Iniesta como protagonistas). E essa revolução começa efetivamente a partir de dois pressuposto básicos, distintos, mas totalmente interligados: 1º) a melhor maneira de me defender é atacando o adversário; 2º) para tanto, eu tenho que ter por maior tempo possível a tal da posse de bola.

Mas é preciso esclarecer: os dois conceitos básicos defendidos e aplicados tenazmente pelo Barcelona parecem ser triviais, pois que aplicados por muitos times, há tempos. Quem não se lembra do surrado jargão: “a melhor defesa é o ataque”? Nada disso: o Barcelona inovou ao introduzir alguns componentes que fazem a mediação entre esses conceitos já tradicionais, tornando-os modernos, atuais, quase revolucionários: grande preparo físico e condicionamento, objetividade, compactação e grande mobilidade e variação na ocupação de espaços (com os jogadores exercendo mais de uma atividade durante o jogo – algo que uma certa equipe alemã conseguiu desenvolver nos últimos meses....). O Barcelona se movimentava como um bloco compacto. Coeso.  Integrado. Para horror dos adversários.

Pois bem, teríamos elementos mais do que suficientes para lamentar a derrota do Barcelona. Talvez não. Quem sabe a vitória do Bayer esteja demonstrando que seu modelo de jogo está começando a ser implantado em outros times? O que nos leva a indagar se as diferenças entre o estilo de jogo das duas equipes são tão radicalmente diferentes assim. Será? Tudo especulação por enquanto. Ou talvez mais uma falsa polêmica, algo tão ao gosto da mídia, sem a qual ela não venderia jornal.

Mas é preciso voltar à proposta anterior: o que motivaria tamanho contentamento de cronistas brasileiros com a derrota da equipe culé? Parece-me que tamanha comemoração dos rancorosos de plantão tenta esconder algo de fundo. Mas que diabos seria isso?



O indisfarçável rancor e mesquinhez dos apologistas do fim do Barcelona não se dão conta que eles acabam expressando algo muito mais grave: a situação do futebol brasileiro. Na verdade essa é a grande questão de fundo que dá inteligibilidade a sentimento tão rasteiro.

Para começar, façamos um pequeno e pueril exercício: alguém no mundo, por mais mesquinho que seja, inveja o Olaria, o XV de Jaú, o Itapipoca, o Talleres, o CRAC, o Cremonese, o Acadêmico de Leixões ou o Penápolis? Preciso responder...?

Taí, temos um primeiro motivo de tanta inveja ao Barça: ele é grande demais. Ele é fantástico. Ela foi a melhor e mais formidável equipe do mundo, sem bater, sem gritar, sem comprar juízes, sem botar seguranças para bater na equipe rival, sem insuflar sua torcida a invadir o gramado, sem se dopar, sem ir ao tapetão, sem se servir de retrancas bizarras, de anti-jogo, cusparadas, pisões, xingamentos. Não! Nada disso. Ele foi grande e conquistou o mundo jogando futebol: simplesmente isso. O Barcelona ousou se dedicar a jogar única e exclusivamente isso: futebol! E ao entrar em campo, fosse contra o Málaga, fosse contra o Chelsea, ou o Almería ou o Real Madrid, ele só queria isso: jogar futebol. Mas jogar com prazer, esbanjando leveza, unindo jogo e beleza. E principalmente: ele não só quis, teve desejo, não é que o danado do time conseguiu? Sim, eles conseguiram. Foram capazes de efetivar o que sempre pretenderam, o que sempre treinaram toda a semana, de segunda a sexta. Sim, eles conseguiram. E aí vem a questão primordial.



Algum time, equipe ou seleção é capaz de fazer algo parecido, mesmo que de longe, com o que o Barcelona conseguiu fazer? E aqui escrevo novamente: preciso responder.....????

Mais é aqui que reside o grande problema. Não só o Brasil não consegue realizar algo parecido, como o que se vê aqui é dantescamente distinto do que se passa não só no Barcelona, como na Europa como um todo.

O rancor e a constrangedora inveja contra o Barcelona não é mais do que um efeito do mecanismo de recalque desses cronistas em face da situação de extrema indigência em que se encontra o futebol nacional nesse exato momento. Vibrar com a derrota do Barcelona serve como um alívio para pessoas na verdade desesperadas com o fato de que o Brasil e o futebol brasileiro não passa hoje de um cadáver para a crônica internacional.

Na foto acima, a única coisa genuína se encontra escondida: a enorme pança do Fenômeno.


Ver o Barcelona cair serve como um escape para pessoas que antes ganhavam a vida cobrindo o melhor futebol do mundo, com campeonatos superavitários, onde estádio cheio era a coisa mais comum, a ponto de ter ocorrido por diversas vezes jogos envolvendo times como Madureira, Olaria, Bonsucesso e América no Maracanã. E as testemunhas ainda vivas dessa época juram de pés juntos que os públicos facilmente ultrapassavam a casa dos 30-40 mil pagantes (fato raro nos dias de hoje até em clássico).

Sinatra, arrebentando no Maraca, antes de ser atacado pelo Beijoqueiro....



Hoje essas pobres criaturas são obrigadas a encontrar ânimo e algum tipo de motivação para festejar e vibrar com um futebol que se não é o mais pobre, está há anos-luz abaixo do que se pratica nos principais centros europeus.

Mas para isso é preciso esconder muita coisa. Jogar para o tapete. Recalcar mesmo. Como festejar um futebol cuja confederação é liderada por um sujeito acusado de participar indiretamente da prisão e tortura de presos políticas ao tempo da ditadura militar? O comentário sobre essa espúria situação por parte de Wadih Damous, um dos membros da Comissão da Verdade, é mais do que pertinente: “É como se a Federação alemã de futebol fosse presidida durante a Copa do Mundo de 2006 por um ex-membro do Partido Nazista”. Para completar, o sujeito ainda foi pego subtraindo uma medalha de um jogador corinthiano da categoria júnior. Como é possível pensar em futebol decente tendo situações como essa, de fazer inveja à República de Sucupira?

Roberto Marinho com alguns dos baluartes da Democracia brasileira: Costa e Silva (autor do AI-5), Figueiredo e ACM.



Gargalhar com o fracasso de Messi e seus companheiros permite – aos olhos vesgos dessas criaturas – fechar os olhos para a indigência dos campeonatos que se praticam nesse país. Com estádios às moscas, sujos, quase vazios, com médias de pública que ultrapassam pouco mais de 2 mil espectadores. Média essa inferior a qualquer campeonato, nem digo europeu, mas da Àsia ou da América Latina mesmo. A média de público do campeonato peruano, croata, grego, equatoriano, cipriota e boliviano é certamente maior. Os campeonatos no Brasil não são apenas ruins. Eles são um risco à saúde. Eles matam de tédio.

A animação do torcedor dispensa comentários.....


Alguns campeonatos por pouco não foram paralizados por falta de estádio. O do Rio é um exemplo. Sem o Maracanã – que custou 1,6 bilhão para os cofres públicos e que será entregue nas mãos do Eike Batista – ficou também sem o Engenhão. Estádio construído há 6 anos, mas que já ameaçava desabar. Além disso, vários outros estádios caindo aos pedaços, eis os exemplos do Ítalo Del Cima, do Americano, do Bonsucesso, do Olaria, da Portuguesa.

Torcida vibrando com mais um espetacular jogo do campeonato paulista..


Não é exagero pensar que a isso se deva a baixíssima qualidade dos jogos praticados nessa terra. A impressão que se tem é que muitos jogadores já não tem o menor saco de arriscar suas pernas e correr quilometros em autênticas peladas, com jogadores e times pífios, verdadeiras equipes de várzea, em gramados esburacados, alguns pintados de verde para esconder as partes peladas. Alguns sem luz. Alguns com luz, mas que acaba no meio do jogo. Um cenário de horror. Depressão líquida e certa.

A situação aqui é melhor do que no Engenhão, pois a árvore não ameaça cair.....


E é um absurdo ver que mesmo por eles ainda se mata. Como se não bastasse a indigência dentro de campo, fora dele presenciamos um festival de selvageria, com batalhas campais, pancadarias e – lógico- um sem número de mortes. Mais de 40 pessoas foram mortas desde 2006 por conta de futebol no Brasil. Não satisfeitas, as organizadas começam a matar para além das fronteiras brasileiras. Pior para o pequeno e jovem Kevin, morto no jogo entre o time boliviano do San José e o Corinthians. Que teve o crânio fulminado por um sinalizador criminosamente lançado por um psicopata travestido de torcedor.

Corintianos forçam o alambrado no estádio de Oruro, também conhecida como Penitenciária......


Além da violência insana e absurda fora dos gamados há que se destacar o tradicional desrespeito ao torcedor: estádios sem banheiros adequados, sem estacionamento, sem lanchonetes, sem organização. Sem venda de ingressos decente, via internet por exemplo (algo trivial em outras partes do mundo). Partidas à noite, quase de madrugada. Os horários e locais das partidas são modificados a todo tempo, a toda hora. Que se lixe o torcedor. Que se lixe o cidadão. Quem manda querer se divertir? Quem manda ele achar que o futebol é o patrimônio cultural do país, da sua cidade?


Bolachas e baguetes sendo distribuidas gratuitamente aos torcedores.

Regozijar com a derrota do Barcelona recompensa corações aflitos com tamanha indigência. Torcer contra o Barcelona funciona como uma espécie de compensação: “veja, eles também perdem. Eles são como nós. Eles também sofrem derrotas”. Lembro que no auge do Barcelona, os seus detratores adoravam dizer: mas eles pintam e bordam contra times fraquíssimos. Eles se referiam aos Alavés, Hercules, Vallecanos, Osasunas, Shaktares, Apoels, Boavistas e Hosenborgs da vida (como se o Barça não tivesse feito pedacinhos, por muitas vezes de times como Chelsea, Arsenal, Manchester, Benfica, Bayern, Real, Milan, Santos etc. etc. etc.). se apegar a esse argumento ridículo serve para esconder a indigência de nossas equipes. Nem falo das pequenas. Várias delas se não fecharam estão caminhando para a mais crua falência (Campo Grande, Guarani, Novorizontino ....). Falo das grandes mesmo. Uma dessas equipes ao invés de lotar suas arquibancadas do seu precário e rizível estádio com sua torcida(também rizível), tem o costume de receber a visita de ratos. A mesma equipe que teve de recorrer a carros pipas em 2012, pois teve a água cortada por falta de pagamento. O que era isso diante do fato de um menino ter morrido no seu centro de treinamento há pouco mais de 1 ano? Cujas condições eram as piores possíveis, típicas de um campo de concentração, de um Carandiru futebolístico.

Torcedor atento a mais um empolgante jogo em são Januário



Aqui, aproveitando o intervalo para tirar uma bela soneca....



Vejamos a situação do Flamengo, que só deve 750 milhões de reais. É preciso dizer mais alguma coisa??? (Preciso responder?)



        Mas a nossa derrota é desproporcional. A derrota de nosso futebol não é apenas esportiva. Ela é expressão de outras derrotas. A começar pela derrota de nossa cidadania. Ela é expressão de nosso sistema político, incapaz de ter uma política nacional de esporte, mas sempre pronta a perdoar dívidas de times de péssima administração, incapaz de punir dirigentes corruptos. Incapaz de regulamentar o futebol no Brasil, deixando que ele seja conduzido ao bel prazer da cartolada incompetente, corrupta e nefasta; com o conluio de uma rede de TV que se alimenta dessa situação, para exercer de maneira mais cômoda e tranquila o seu pernicioso monopólio. Tal TV chega até a determinar os horários dos jogos, a mudar regras e regulamentos. Se deixar, ela não permitiria a entrada de torcedores nos estádios, a não ser os convidados VIPs. Mas que TV é essa? A mesma que prega por uma Democracia sem Povo...

"- Plin Plin!!"




Torcer fanaticamente contra o legado catalão é fingir que tudo isso não existe. Mas cuidado, assim agindo, você se torna cúmplice. Então, se você que não torce pelo Bayern, mas tão somente contra o Barcelona, fique tranquilo. Por conta de todo esse festival de mazelas e de podridão, o futebol brasileiro já não é mais respeitado em lugar algum. É objeto de piada. É o 19º no ranking da FIFA. Não vence uma grande seleção mundial desde 2009. Então, você que odeia futebol, bom, bonito e jogado, parabéns. Você e essas figuras que estão destruindo o futebol brasileiro se merecem. Divirtam-se. Façam bom uso da sua pequenez.

Enquanto isso, o futebol brasileiro vai se consolidando como uma bela peça de museu....



Leonardo Soares é historiador, campeão do  mundo e nunca visitou a 2º divisão, ou seja, é flamenguista.