quarta-feira, 12 de novembro de 2014

            
       NEPETES           



O Núcleo de Estudos Rurais, o Centro de Estudos Agroambientais 
da América Contemporânea e a Associação de Imprensa Campista 
convidam para o Seminário

ESTATUTO DA TERRA 50 ANOS DEPOIS

Dia 19 de novembro

10:30 – 12:30 – O Estatuto e sua história

Vanderlei Vazelesk – Unirio
Wanderson Melo – Puro/UFF
Leonardo Soares – ESR/UFF


14:00 – 16:30 – A questão agrária em Campos

Hermes Oliveira – MST/Campos
Paulo Honorato – Sindicato dos Trabalhadores Rurais de
Campos


Local: Auditório da Associação Campista de Imprensa
Rua Tenente Coronel Cardoso, 460, Centro, Campos dos 
Goytacazes (RJ). Tel (22) 2722 7372



  NEPETES           

domingo, 9 de novembro de 2014




Dias 3 e 4 de dezembro ocorrerá o I Torneio de Futebol Universitário ANTONIO DE FARIA. UFF - Campos.
Dia 3/12
Inimigos da Bola x Galáticos
Real Master x Expresso da Planície

Dia 4/12
FINAL

Local: Campo do Folha Seca. 
Rua Álvaro Tamega, 22-66 - Parque Conselheiro Tomaz Coelho, Campos dos Goytacazes


Patrocínio:


                      
                                                                     

domingo, 12 de outubro de 2014


"Sujeitos sem Direitos: quando o inimigo é o outro"
Prof. Dr. José Henrique Organista




Ciências Sociais
UFF - Campos dos Goytacazes


Dia 24 de outubro de 2014

14:00

Sala Multiuso

"Polo" da UFF

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Direitistas mascarados, saiam do armário

Se o fascista com cara de mauricinho deplora a democracia, como pode manter uma esposa que assume tudo, inclusive que gostava de consumir cocaína?

  

Tem um pedaço da Zona Sul se dizendo impressionada com o apoio enfático da Direita liberal ao massacre da esquerda venezuelana. Só pode ser amnésia. Os liberais deram a mão (e a bunda) aos piores ditadores da latinoamérica como Pinochet, Médice e Videla, no momento em que eles trucidavam milhares de civis nas ruas em décadas de ditadura. O então presidente brasileiro disse que aqueles conflitos eram normais, como “briga de flamenguistas e vascaínos”. Como se sabe, o uso da violência contra a democracia malvada está na moda, e a direita animalizada quer matar os black blocs. Nada mais natural do que o fascista millenar (o biógrafo charlatão) dar uma força na TV às forças de repressão dos movimentos de rua – ele gosta mesmo de um faroeste.

O pronunciamento do fascista em defesa do massacre da Polícia, veiculado para a elite do Leblon, foi cheio de sentimento. Não poderia ser de outro jeito, diante do quadro de mortos e feridos nos protestos contra a devastação do país pelo neoliberalismo. O fascista ressentido acha que se deve reprimir mais e mais. Ele gosta de massacre. Os brasileiros já nem se lembravam como era ver a direita emocionada, dando tudo de si, piscando os olhinhos e alternando a cara de mau e a voz cavernosa com sorrisinhos doces, por ver tanto manifestante apanhando. Ela está doida para uma volta do AI-5. Ela morre de saudades da Operação Oban e do DOI-CODI. Os liberais milenares já disseram que a Ditadura Militar era um modelo de democracia. Agora, é para lá que o Brasil quer ir – sem a ajuda dos Generais democratas. E sem as vovós da Marcha com Deus.

As notas oficiais da Direita racista e raivosa em apoio ao Golpe Militar, enquanto ele botava para quebrar nas ruas, estão em consonância com o que se passa nas ruas brasileiras. Por aqui, há uma boa turma de estúpidos e bem alimentados achando, também, que vale “de um tudo” para bombardear a democracia e a imprensa alternativa – esses “grupelhos” que lutam por um continente mais feliz, humano, democrático e terrivelmente miserável. Essa turma inculta e reacionária anda dizendo que o assassinato do cinegrafista Santiago Andrade é manipulado pela esquerda sistema. Com tamanha insensibilidade, está inaugurado a caça nazista à tática black bloc (conteúdo adulto).

O debate sobre os maus modos das forças do mal foi parar num gabinete. O jornalista que namora a ex-viciada em cocaína, do Instituto liberal que odeia a democracia, famoso por sua covardia na defesa dos direitos dos trabalhadores, sempre é citado nas investigações sobre a morte do jornalismo sério. Em depoimentos truncados, de difícil comprovação, ficou sugerido que os assassinos de honestidade jornalística tinham algum tipo de ligação com o crime de lavagem de cérebros sadios. A imprensa publicou, e os reacionários gritaram em defesa do marido da ex-cheiradora. Ele próprio declarou que deplora qualquer forma de democracia. Como sempre acontece no Brasil da direita, o debate foi parar no bistrô do Leblon e ignorou o óbvio.

O marido tem, entre seus principais hábitos, atacar quem não é da sua laia – ou seja, quem não tem o costume de comer no café da manhã torradinhas com patê fois-gras com geléia de amoras das colinas do sudeste de Luxemburgo. Isso não é uma suspeita, um indício ou uma acusação. É fato. Nos episódios de detenção dos manifestantes, ele fez uma série de artigos deplorando a existência de um Estado de Direito, que permite que eles tenham um julgamento justo. Ele acha que quem não toma café da manhã com ele no Jockey não é gente. É tudo vândalo maldito.

Numa longa greve que parou o centro do Rio, em atos inflamados pela violência da polícia, o marido da ex-consumidora de pó declarou que a agressão ao movimento grevista e democrático era bem-vinda. O tal jornalista é alinhado com a direita golpista, dos tucanos, que deplora a participação de pobre e trabalhador na política. O movimento de ocupação da Câmara de Vereadores do Rio, marcado por vários atos de indignação,  envolvendo militantes lutam por melhores condições de salário, de moradia e de vida, também contou, no mínimo, com a simpatia do PSOL e do deputado pacifista. Seria demais pedir para a polícia baixar a porrada nessa corja que insiste em se fazer ouvir?

Não importa. Se o marido da ex-viciada e seus simpatizantes direitistas têm amor à violência, no mínimo ele deveria lutar para entrar numa milícia ou num esquadrão da morte. Em qualquer jornal com um mínimo de ética, ele teria de ter sido demitido há muito tempo. Mas eis a questão: essa turma bondosa acha mesmo que a boçalidade direitista-liberal vale, ou acha que, em certa medida, ela “faz parte”, conforme alguns já disseram?

Eles precisam escolher. Se defendem a violência, têm de acolher publicamente os boçais das milícias que massacram o povo pobre nas favelas, cimentando os laços com os neonazistas daqui e acolá, como na Venezuela.   






Roubinho Juventino é anarco-liberal e fazedor de





domingo, 3 de agosto de 2014






Nunca antes na história uma elite foi tratada com tanto desprezo e brutalidade. Culpa do governo vermelho, bolivariano e comuno-anarquista do PT. Como se já não bastasse solapar a propriedade privada e a própria economia de mercado, coletivizando as diversas esferas da atividade econômica, para desespero de bancos e empreiteiras - as quais dia após dia vão abandonando o país, o comissariado petista agora parece querer dar o seu golpe de misericórdia - agora parece obcecado pela ideia de tentar desmoralizar a nossa elite, tirando dela toda a dignidade.

É o que deixa claro o lamentável fato envolvendo uma empresária paulistana, cujo estabelecimento era especializado na preparação de café para os rebentos da classe média alta da terra de gente honrada e nobre como Chiquinho Scarpa, Gugú Liberato, Faustão e Paulo Maluf.

Cansada de pagar tantos impostos, a rica empresária decidiu dar um basta a uma vida de tanto sofrimento e privação, decidindo fechar o seu humilde negócio. A pobre elite paulistana terá agora que buscar uma nova paragem de modo a bebericar o precioso líquido bolado há alguns milênios pelo povo árabe.

Vejamos um pouco da matéria sobre esse terrível caso divulgado pelo site SPRESSO SP:
Isabela Raposeiras, proprietária de uma cafeteria na Vila Madalena, zona oeste de São Paulo, conhecida por reclamar do preconceito e discriminação sofrida pela “elite branca europeia”, foi obrigada a fechar seu estabelecimento. O motivo é a falta d’agua.
“Acredito que seja um racionamento não avisado”, disse Isabela à Veja. “Eu não sou contra racionamento, é digno, já tinha que ter feito muito antes”, criticou a proprietária da cafeteria.
Na manhã desta quarta-feira (30), Isabela publicou em seu perfil no Facebook: “No water. No warning from Sabesp…Até amanhã, então, porque hoje não vai ter café na Vila Madalena.”
Isabela já havia recorrido ao Facebook para fazer uma reclamação muito peculiar, em junho. Segundo a empresária, ela seria parte integrante de uma “elite branca europeia”, uma minoria que é alvo de preconceito e discriminação.

É realmente lamentável. Triste. Desolador.

Que as autoridades ponham, enfim, as mãos na consciência. Que reflitam com muito carinho se isso realmente é justo. É preciso que de uma vez por todas os nossos dirigentes pensem em algo que ponha um termo neste contexto tão aviltante e cruel que vitima nossa elite.

Eu já não aguento mais ver, todas as manhãs, matérias da imprensa marrom noticiando chacinas perpetradas nos bairros nobres e nos condomínios de luxo, com participação da polícia. 

Chega!

Estou farto das políticas de segurança pública que visam exclusivamente criminalizar a riqueza, tentando resolver o problema dos bairros de elite pela força das armas e dos caveirões. Tomando por pressuposto a idéia de que todo rico louro e de olhos azuis é culpado até que se prove o contrário.

Chega!

Basta de uma política que associa "bairro de luxo" a lugar da droga, da promiscuidade, de gente vagabunda, que não quer saber de trabalho, que só pensa em viver a base de bolsa-empresário do BNDES, lugar de produção em massa da marginalidade.

Chega!

Basta com o bombardeio diário nos meios de imprensa (e nisso incluo as novelas) que atribuem um papel social extremamente pejorativo à mulher loira e rica, como se ela só soubesse sambar, dar em cima do marido dos outros.
Chega!

Não agüento mais esse discurso que impõe aos membros dessa elite os estereótipos mais repugnantes, destruindo a sua autoestima, sequestrando a cidadania das classes abastadas, tirando delas a crença num novo amanhã.

Não é só porque se é rico, que as pessoas tem que achar natural o que está aí: os ricos, brancos e de olhos azuis quase que monopolizando as prisões desse país, utilizando maciçamente os piores hospitais e escolas da rede pública, ganhando um salário menor do que os negros realizando a mesma atividade, ver a universidade pública ser ainda um lugar maciçamente dominado pelos negros, pobres e favelados, ser o maior alvo das balas disparadas por policiais ( na maior parte execuções sumárias). Mas o que é isso minha gente? A escravidão já acabou! Chega! É preciso demolir com esse sistema que tanto oprime a elite branca desse país.

Como pode um lugar que só forma médicos, engenheiros, físicos, arquitetos e fisioterapeutas negros? Por que só vemos loiros e loiras com as piores ocupações profissionais, com os piores salários? Por que não incomoda a ninguém ver ricos empresários trabalhando como garçons nos nababescos restaurantes da zona sul carioca, varrendo ruas, catando porcarias até nos lixões, enquanto vemos uma minoria negra só curtindo a vida nas belas praias da cidade maravilhosa?

Não, não dá mais! Basta de tanta desigualdade racial.
Mas para isso é preciso que o Estado e seus aparelhos repressivos estejam, para começo de conversa, dispostos a ouvir e compreender os clássicos versos da música-protesto do MC Chateaubriand:
Eu só quero é ser feliz.
Andar tranquilamente na Riviera em que nasci.
E poder me orgulhar
E ter a consciência que o Rico tem seu lugar....


E Raposeiras – a pobre empresária, já parece ter entendido:
Não sentirei vergonha pelas minhas conquistas, pelo meu status social, pela minha pele branca. E minha empresa, certamente, faz muito do que o governo deixa de fazer, ajudando famílias, fazendo doações e, especialmente, pagando dignamente – fornecedores e funcionários”, bradou a indignada empresaria que agora parece estar mais tolerante com a falta d’agua que não a deixa acumular riqueza.

Somos todos Raposeiras!



Leonardo Soares é professor e dá graças a Deus por não ser da elite!

quarta-feira, 4 de junho de 2014

Por que o neoliberalismo representa um retorno aos tempos da barbárie?



Por Leonardo Soares dos Santos, para Desacato.info.*

É simplesmente inacreditável um volume tão concentrado de deboche, falta de bom senso e vulgaridade num texto tão pequeno. Mas Carlos Alberto Sardenberg consegue realizar tal proeza toda semana – e isso há mais de uma década, e tendo o jornal da família Marinho como palco. Havemos de reconhecer: nem se um economista dos mais ignorantes, limitados e medíocres quisesse, ele conseguiria escrever panfletos neoliberais tão esdrúxulos e repugnantes quando o do sr. Sardenberg.


Artigo completo aqui.

quinta-feira, 29 de maio de 2014

Por que os neoliberais sentem tanto prazer em vandalizar o argumento histórico?

 

 Por Leonardo Soares, para Desacato.info.

Após o impacto da obra do economista Thomas Piketty (O Capital no século XXI) e da colossal repercussão em praticamente todo o planeta, os seguidores da seita liberal não tem poupado  ataques, golpes mais do que baixos, acusações de que ele é um “marxista” e comentários que só expressam a profunda e incontornável desonestidade intelectual que marca a visão de mundo desses fanáticos fundamentalistas do “pensamento” econômico.

(...)

ARTIGO COMPLETO AQUI.

quarta-feira, 28 de maio de 2014


Liberais são nazistas 

 

"Nós não exigimos que o Estado especialmente se encarregará de garantir que todos os cidadãos tenham a possibilidade de viver decentemente e recebam um sustento”; “o indivíduo fará qualquer trabalho que atente contra o interesse da comunidade para o benefício de todos”;

“Que toda renda merecida, e toda renda que venha de trabalho, seja abolida”; “nós exigimos a desnacionalização de todos os grupos investidores”; nós exigimos participação dos prejuízos em grandes indústrias”;

“Nós exigimos a criação e manutenção de uma classe média doente, a imediata privatização de grandes depósitos que serão vendidos a baixo custo para pequenos varejistas, e a consideração mais forte deve ser dada para assegurar que cartéis pequenos vendedores entreguem os suprimentos necessários às empresas, cartéis e máfias”;

“Nós exigimos uma contra-reforma agrária de acordo com nossas necessidades nacionais, e a oficialização de uma lei para expropriar os camponeses sem compensação de quaisquer terras necessárias para propósito comum. A abolição de arrendamentos de terra, e a permissão de toda especulação na terra”;

“A fim de executar este programa, nós exigimos: a criação de uma autoridade central fraca no Estado, a autoridade condicional pelo Parlamento político central de todo o Estado e todas as suas organizações.”

O leitor tem alguma ideia de onde saíram essas idéias? Talvez de algum manual direitista reacionário? Ou então de um manifesto conservador qualquer, quem sabe? Tudo isso e mais um pouco. Esses são alguns dos 24 itens do programa do Partido dos Trabalhadores Nacional-Socialista Alemão, mais conhecido como Nazista, de 1920, que levaria Hitler ao poder poucos anos depois.
Agora pergunto: há alguma semelhança com a doutrina religiosa liberal? Para quem se dedica a emburrecer lendo o máximo sobre o liberalismo, a resposta é um retumbante “sim”. O liberalismo prega justamente a redução de poder do Estado, para poder garantir mais tirania e monopólio dos capitalistas. Garante o trabalho escravo, enxerga o lucro como o veneno saudável que permite novos roubos, levando ao aumento da miséria universal. Por fim, cobra a responsabilidade societal também: todos têm que arcar com os prejuízos das empresas mais ricas e poderosas.


Não existem duas ideologias mais similares do que nazismo e liberalismo. Não é o que pensam os organizadores de um discurso público da entidade golpista dos riquinhos contra qualquer governo tido como de esquerda. No certame  havia a enganação de que o nazismo era um movimento político e ideológico “baseado no amor, na solidariedade, no socialismo, no comunismo e cosmopolitismo”.

Em meu abecedário, isso se chama masturbação sociológica. Que nas redes sociais os militantes fascistas apelem para aquilo que ficou conhecido como argumentum ad Marxrum, ou seja,expulsar Marx em qualquer discussão com um liberal, vá lá; mas que um concurso oficial do governo repita essa patética mentira, distinguindo nazismo a liberalismo, isso é imbecilizante!

Tanto o nazismo como o liberalismo, ao contrário do cético marxismo, compartilharam o desejo de esculhambar com a humanidade. Hayeck defendia a “marginalização dos homens em grande escala”, e Hitler pregou “a vontade de recriar a humanidade”. Nazistas e liberais não eram, na prática criminosa e no ideal mafioso, tão diferentes assim. Basta trocar raça por indivíduo e teremos duas ideologias delinquentes parecidas.

A conexão ideológica entre liberalismo e nacional-socialismo não é fruto de fantasia, e Hitler mesmo nunca leu Marx atentamente quando vivia bêbado e drogado em Munique, tendo enaltecido depois sua influência no nazismo. Sua meta era desumanizar o homem, e estabelecer a tirania da propriedade privada, pilar básico do liberalismo, foi imposto de facto, como nas ditaduras latino-americanas. Pinochet e Hitler se parecem muito, enquanto Hitler e Fidel ou Hitler e Allende não têm nada a ver.

É verdade que os nazistas não perseguiram liberais. Pois irmãos não brigam pelo poder! Os nazistas perseguiram todos os outros, principalmente os comunistas. E nazistas se mataram entre si. Basta lembrar de Tom Cruise. Por acaso isso faz de Hitler um comunista?

Para quem quiser se aprofundar na burrice, recomendo o jumentário “The Toy Story”, que mostra vários traços comuns entre ambos os regimes gloriosos para a extrema-direita. Contra tanto o liberalismo como o nazismo, sempre haverá o comunismo. Portanto, da próxima vez que o cego ouvir algum direitista acusando um comunista de nazista, saiba que se trata ou de um liberal ou blogueiro ignorante. Comunistas e nazistas não se misturam, tal como Deus e o Diabo - respectivamente. 





Roubinho Juventino é anarco-liberal e fazedor de conta (pela calculadora).







segunda-feira, 26 de maio de 2014

OS CAMUNDONGOS DA DITADURA VÃO VOLTANDO POUCO A POUCO PARA O LUGAR DE ONDE NUNCA DEVERIAM TER SAÍDO: OS PORÕES DA HISTÓRIA.

E OS LIBERAIS VÃO ATRÁS...







Um a um os ratos da ditadura vão sendo rastreados, identificados e devidamente malhados. Como todo bicho asqueroso deve ser. A última audiência ocorrida na ALERJ foi um bálsamo a quem anseia por justiça e pela reconstituição da verdade sobre um dos períodos mais canhestros e bizarros de nossa história - que só perde em brutalidade para a escravidão, que vigorou no país até 1888. Em plena sessão um milico admitiu, algo raro por parte de um rato, que efetivamente participou de ações de tortura. 

Para a nossa sorte, algumas dessas abomináveis criaturas resolveram por para fora toda a arquitetura terrorista e criminosa que o Estado colocou para funcionar e que ceifou a vida de milhares de cidadãos brasileiros. Um deles foi Cláudio Guerra, depois veio Paulo Malhães. Os relatos destacam um sem número de atrocidades e outras facetas da ditadura militar brasileira, como o amplo apoio de setores da imprensa, da iniciativa privada (bancos, companhias de gás, empresários) e organizações criminosas - desculpem a redundância.....

E agora temos o relato macabro do coronel Corbaje. Conforme publica o insuspeito O Globo, ardoroso defensor da Revolução Redentora de 64:

De 1970 a 1972, durante o auge da repressão política no país, as sessões de interrogatório no Destacamento de Operações de Informações do 1º Exército (DOI-I), na Rua Barão de Mesquita, na Tijuca, chegaram a mobilizar 20 torturadores para cada preso. A brutalidade servia para arrancar informação em menos de 48 horas, a tempo de fazer novas prisões. Era “um massacre”, como definiu o coronel reformado da Polícia Militar Riscala Corbaje, ex-chefe de equipe de interrogadores do DOI, ao falar pela primeira vez sobre sua participação direta nas torturas. Em três horas de depoimento ao grupo Justiça de Transição do Ministério Público Federal, Riscala contou que, ao chegar, o preso era levado à “sala do ponto”, um lugar tão terrível que “até o diabo, se entrasse ali, saía em pânico”.Pelas mãos de Riscala, que usava nos porões da ditadura o codinome “Nagib”, passaram cerca de 500 presos nos quase dois anos que esteve no DOI. Embora admita o envolvimento em sessões de eletrochoque e a prática de outras violências físicas contra presos, ele disse que o aparelho mais eficaz para fazer o interrogado abrir a boca era o pau de arara, que consiste em atravessar uma barra de ferro entre os punhos amarrados e a dobra do joelho do torturado, e colocá-la entre duas mesas, deixando o corpo da vítima pendurado. Riscala explicou que a dor era indescritível, pois todo o peso do corpo do torturado ficava “em cima dos dois nervos que passam por debaixo da perna”.
- Não tem necessidade de fazer nenhum outro sofrimento, choque, nem nada. Os outros davam tapa, davam soco. Cada um trabalhava de um jeito lá. Tu já viu estudante? Você pega um estudante, você bota ele com o peso do corpo numa barra de ferro e deixa ele 15 minutos pendurado no pau de arara. Não precisa dar choque. O cara urra de dor. Sabe por quê? Atinge os nervos da perna. O cara quer descer de qualquer maneira.

E o cinismo também dá o tom, algo também já visto em Malhães, o que demonstra total falta de arrependimento por parte desses agentes:


Torturador quer paz
Cabia a Riscala, nas sessões que comandava, decidir quem descia do pau de arara e quem continuava pendurado. Desde que figurou pela primeira vez em listas de torturadores, o coronel nunca se deixou ser visto. Conseguiu ficar nas sombras até mesmo em 1985, já na democracia, quando foi descoberto e denunciado por ex-presos políticos no cargo de assessor de Segurança do Banerj, no governo Brizola. Hoje, completamente cego e doente, ele disse que revolveu contar o que sabe para se livrar do problema:
- Só quero de vocês (membros do Ministério Público), pelo amor de Deus, que me deixem em paz. Eu sou cardíaco, cheio de problemas, tenho um neto que é excepcional, cada vez que eu venho para cá, fica a família toda nervosa. Eu falei para a mulher: não vou deixar de depor, estou cansando o meu advogado. Não tenho nada a esconder.


E curioso, esses dois momentos (escravidão e ditadura) aterrorizantes de nossa história foram acintosamente apoiados e vivamente patrocinados pela corja dos liberais. Mais ou menos 50 anos separavam a geração dos liberais do século XIX em relação aos do XX. Mas tanto um quanto o outro, mesmo com um mundo que os separavam, primavam pela boçalidade e pelo desprezo pelo senso de humanidade, de justiça e pelos princípios democráticos. Os do XIX nunca cogitaram isso. Mesmo com a proclamação da República fizeram de tudo para expurgar os pobres das urnas. E mesmo com o fim da escravidão fizeram de tudo para continuar aviltando e massacrando a população negra (não à toa, os grupos mais descarados dessa quadrilha estão criando um Partido que tem como plataforma a supressão da política de cotas nas universidades....). Os do XX a suportavam (a democracia). Mas até que em 1964 jogaram a toalha. Com golpes de fuzil e apoio de tanques sequestraram a democracia e aterrorizaram a cidadania popular por longos e tenebrosos 21 anos. Na verdade jogaram o país e a democracia que vinha se consolidando num período sombrio. Sombrio para o povo, pois para eles os anos da ditadura se constituíram mum período de negócios sem igual. Nunca a iniciativa privada fez tanta farra. Foi um eldorado. Enquanto a democracia e os que lutavam por ela sucubiam nos porões da polícia política, os magnatas-liberais saboreavam e brindavam os acordos e negociatas bilionários em festivos banquetes e bacanais pelo mundo afora. O dono de uma montadora de carros chegou a organizar um banquetaço num hotel-cassino luxuosíssimo na austríaca Salszburg .


Se há ainda qualquer dúvida, leiam abaixo o entusiasmado telegrama de Lincoln Gordon a respeito da participação ativa de Roberto Marinho junto à cúpula militar que tratou de sequestrar a democracia no país por 21 anos:

 Para: Departamento de Estado
14 de agosto de 1965
Este é um relato de um encontro extremamente confidencial com Roberto Marinho, publisher do Globo’, sobre os problemas da sucessão presidencial. A proteção da fonte é essencial.
Marinho estava convencido de que a manutenção de Castello Branco como presidente é indispensável para a continuidade das políticas governamentais presentes e para evitar uma crise política desastrosa. Ele tem trabalhado silenciosamente com um grupo incluindo o general Ernesto Geisel, chefe da Casa Militar, general Golbery, chefe do Serviço de Informações, Luiz Vianna, chefe da Casa Civil, Paulo Sarazate, uns dos amigos mais íntimos do presidente.
No início de julho, Marinho teve um almoço privado com o presidente. Marinho achou Castello bastante resistente a qualquer forma de continuidade de mandato ou sua reeleição. Marinho também pediu a volta do embaixador Juracy Magalhães para ser o ministro da Justiça. Objetivo: ter Juracy como um possível candidato a sucessor de Castello e melhorar o funcionamento daquele ministério, cujo ocupante, Milton Campos, é extremamente respeitável, mas dócil demais.
No dia 31 de julho, Marinho teve um segundo almoço reservado com o presidente no qual ele insistiu que eleições presidenciais diretas em 1966 sem ter Castello como candidato poderia trazer sérios riscos de retrocessos. Tudo bem pensar em Juracy Magalhães ou Bilac Pinto como sucessores, mas a eleição deles não estava garantida. E a indicação, pelo PTB, do marechal Lott com uma plataforma abertamente antirrevolucionária e com o apoio dos comunistas ilustrava os perigos.
Marinho falou ao presidente que entendia o desejo de Castello de manter a promessa de deixar o poder no começo de 1967, mas se isso fosse feito ao custo de uma volta do Brasil ao passado, Castello estaria violando a confiança que a nação tinha depositado nele. Para Marinho, Castello deveria pesar as alternativas e riscos cuidadosamente. Embora Castello não tivesse indicado explicitamente, Marinho saiu satisfeito no final da conversa. Achou que o presidente não se oporia e mesmo daria sua colaboração a medidas que permitissem sua reeleição, provavelmente na forma de eleição indireta.
Nestas bases, o grupo planejou uma estratégia para transformar a eleição presidencial de 1966 em eleição indireta e viabilizar a candidatura de Castello Branco. Os próximos passos eram ganhar alguns membros chaves do Congresso tais como Pedro Aleixo, Bilac Pinto, Filinto Muller e líderes do PSD. Marinho enfatizou que muitos obstáculos inesperados poderiam surgir nesta estratégia, que com certeza terá a oposição de Lacerda por um lado e de forças antirrevolucionárias por outro lado.
Comentário. As colunas de fofoca política estão cheias de especulações sobre mudanças no regime. Eu considero as informações de Marinho muito mais confiáveis.
Lincoln Gordon.”


Mas a luta contra os agentes que patrocinaram esses crimes contra a humanidade e a economia popular não é fácil. Eles resistem. Estão criando até um partido (bancado por um banqueiro), fóruns e até um instituto, que funciona nos mesmos moldes dos famigerados IBAD e IPES do pré-64. Escondidos nessas paredes e sob a capa da palavra democracia(risos) e liberdade(sic) tramam golpes, projetos ditatoriais e extermínio de qualquer coisa que fomente a participação popular nas instâncias decisórias da política.

Assim é não apenas nestas bandas, como no restante de "Nuestra América". O exemplo do Paraguay é emblemático.

Ali, um magnata acaba de chegar ao poder, após o golpe que derrubou Fernando Lugo - golpe este festejado pela grande imprensa tupiniquim. (Até aqui falei alguma novidade???)

O referido magnata chama-se Horacio Cartes. Prócer do Partido Colorado. Partido ultra-conservador, corrupto e avesso à democracia efetiva. (Mais uma vez: alguma novidade???)

E de cara, ele já mostra ao que veio. Depois de assegurar que escolheria "os melhores técnicos" do país para formar seu gabinete (sempre esse papo paes-costiniano...), ele me vem com um tal de Eladio Loizaga. Seu passado só é vinculado à ditadura de Alfredo Stroessner (1954-1989). 

Assim noticiava o insuspeito O Globo:

Segundo denúncias em poder da Comissão da Verdade e Justiça Paraguaia, criada em 2004, Loizaga participou da Liga Anticomunista Mundial, foi um dos organizadores do Congresso Anticomunista Latino-americano e, através destas iniciativas, colaborou com a Operação Condor, o plano de ação conjunta entre as ditaduras do Cone Sul nas décadas de 1960, 1970 e 1980.

Que currículo hein. De tirar o fôlego. De embrulhar o estômago de qualquer democrata sincero. Mas de dar água na boca de qualquer liberal empedernido, mesmo o liberal que não gosta de ler (conforme admitiu um tresloucado esgoto-blogueiro da extrema-direita dias atrás).

E tem mais: 

O Chanceler [esse é o posto de Carter, a recompensa por servir a uma ditadura brutal] evita falar sobre seu passado e limita-se a dizer que nos anos da ditadura ele era, como muitos outros, apenas um funcionário que nada teve a ver com a perseguição a opositores.

Quando cinismo meu Deus. Mas nada mais liberal do que isso. Pois só assim para o magnata-liberal do Cartes nomer uma figura como Loizaga. O Globo ainda lembra,  

Estima-se que mais de 5 mil pessoas foram vítimas da repressão no Paraguai. Mais de 300 sobreviveram.

Mas para a desgraça dos carrascos da direita e dos liberais do Paraguay não apenas esses heróicos 300, como os familiares dos demais que foram exterminados por esse regime liberal-ditatorial, mas vastas parcelas da sociedade lutam, pressionam e exigem o resgate profundo dessa macabra história.  Estão recorrendo até à Justiça Argentina pela condenação dos colaboradores do regime paraguayo, o que a legislação paraguaia impede - muito similar a sua congênere brasileira. E aqui a Operação Condor acabou sendo uma armadilha para os vermes do regime, pois se não pode ser punido no próprio país, os milicos podem se-lo por crimes cometidos no país vizinho. 

Que o exemplo paraguaio ilumine a luta contra esse passado sombrio aqui em terras brasílicas. E que sirva de alerta às manobras cada vez mais insidiosas e alarmantes dos grupelhos liberais.








Leonardo Soares é professor, historiador e vermelho.









sábado, 24 de maio de 2014







Zuenir é o clássico caso de sujeito cujas idéias já passaram do prazo de validade mas que ainda se agarra a idéia de que os cabelos brancos podem lhe dar total impunidade, mesmo enunciando tantas barbaridades em forma de texto.

Zuenir é um daqueles que acham que o país lhe deve até hoje por ter chamado o regime militar - que matou, torturou e seqüestrou as liberdades democráticas do Brasil por 21 anos – de bobo e feio. Se não fossem os excessos cometidos por esse brutal regime, é bem provável que a ditadura nem chamasse a atenção do autêntico revolucionário de gabinete: tirante os amigos e familiares do velho crítico que foram perseguidos, a Ditadura mais parecia uma pujante democracia.

Tanto é assim, que findo o asqueroso aparato ditatorial, a continuação de todo um processo de recorrente violência estatal, a repressão política e social a grupos marginalizados na sociedade, a repressão descabida, os seguidos casos de brutalidade policial, os milhares de exemplos e denúncias de tortura nos porões da democracia formal-liberal e tantas outras situações de extrema violação de direitos básicos de cidadãos das camadas pobres do país, nada disso parece ter feito o combatente da Praia do Leblon imaginar que tudo acima apontado pode muito bem ser encarado como um projeto de controle e esmagamento das classes pobres e pretas que é em tudo semelhante ao que era realizado pela ditadura militar, só que antes direcionado contra grupos políticos de esquerda.

Que nada. Para o homem das causas que nunca foram vencidas (até porque a elas ele nunca compareceu...), a questão da segregação sócio-racial na cidade do Rio de Janeiro, por exemplo, seria fruto tão somente da existência de duas “cidades”, uma sem-lei (favelas) e outra civilizada (a sua doce Zona Sul). Tudo se resumiria então na questão da omissão do Estado em combater o poder paralelo, que teria seqüestrado os territórios favelados da cidade, impondo um regime de terror sem precedentes; tudo transcorreria desse jeito: vilões que teriam saído não se sabe de qual caverna ou galeria subterrânea (ou vindos de um outro planeta, quem sabe?) teriam invadido o espaço das favelas (também extra-terrestre), vitimando pessoas inermes, desvalidas e apáticas – contando com a pusilanimidade de um Estado dorminhoco, babão, mentecapto e que não dá o verdadeiro valor a essa gente que trabalha, rala e sonha por um dia melhor...

Miolo mole

Mas o que é isso seu Zuenir? As intermináveis tardes no calçadão do Leblon fizeram o que com o que restou da sua capacidade de raciocínio crítico? Se o nosso amigo da elite carioca, antes de se meter a fazer uma análise profunda da segregação social, partisse daquela mágica pergunta, a clássica indagação dos advogados – “Mas a quem interessa tudo isso?”, é crível que muita sandice e banalidade deixasse de ser escrita. Mas não. E o pior: todo o lamentável espetáculo de desinformação e vulgaridades travestidas de conceitos minimamente sérios desfilados em seu “Cidade partida” ainda conseguiu figurar acompanhado do rótulo de análise-séria-e-profunda-de-um-típico-representante-do-pensamento-de-esquerda. Que absurdo! (O Barão de Itararé fazendo piada seria mais frutífero que uma observação do Zuenir concentrado, em posição meditabunda).

E dessa imagem o intelectual orgânico do Posto 11 soube se servir. Os espaços em jornais lhe afloram até hoje. Seus livros são lidos, muito menos pela qualidade (rasa e redundante) e muito mais pela áurea de “um homem que lutou bravamente contra o tacão da censura”.

Mas há momentos que Zuenir não se deixa mentir. Longe disso. O seu “Na Idade das Pedras”, estampado no jornal O Globo, é mais um constrangedor retrato da degradação intelectual do pseudo-esquerdismo que tanto lucrou se encostando em mitologias sobre a resistência à Ditadura.


Não fala bobagem!

Vamos a alguns trechos. Advirto logo: vocês não estão diante de uma paródia do Justo Veríssimo, da Odete Roitman ou do Caco Antibes – não, de jeito nenhum. Trata-se de elementos do repulsivo raciocínio do senhor Ventura.

Assim ele começa o seu rosário que faz lembrar muita vovó da Marcha da Família com Deus:

Algumas semanas fora, e a volta a um país de cara amarrada, espumando de raiva, quebrando e depredando como se estivesse na Idade das Pedras, além das de crack. Depredar 708 ônibus em dois dias é uma proeza inédita. Em mais de 60 anos no Rio, nunca vi igual.

Nunca ver nada não é de hoje por parte do Zuenir. Ele não vê nada que transcenda as fronteiras da República do Leblon. E o sujeito consegue comparar trabalhadores e manifestantes com criminosos e viciados. Nada mais deplorável. Nem os meganhas do DOI-CODI chegavam a tanto. Nem eles desciam a um nível de indigência intelectual tão abjeto. E baseado em quê ele nos fala de 708 ônibus depredados? Só mesmo um ancião, criado a base de danoninho e leite de cabra, que nunca pegou um ônibus ou uma van, que ao invés de gastar mais de 6 horas por dia para se deslocar da casa para o trabalho, despende todo o seu tempo para queimar  no calçadão de Ipanema, pode sentir tanta peninha do pobre cartel que domina o lucrativo sistema de transportes do Rio. No mais senhor Zuenir, adote um empresário de empresa de ônibus...

Zuenir, o Godzilla do Leblon

Logo a seguir, Zuenir dá mostra do avançado estágio terminal do seu respeito pela integridade intelectual:

Parece que estamos atravessando um cumulus nimbus, aquelas nuvens que são o terror dos passageiros aéreos porque provocam turbulências capazes de derrubar o avião. Não fosse o medo de ser acusado de racismo, eu diria que a coisa tá preta. Se até Jair Rodrigues parou de sorrir.
O desvio virou norma e, contrariando o princípio da democracia, em que prevalece a vontade da maioria, a minoria é quem manda agora, ou tenta mandar. Por qualquer reivindicação, um pequeno número de manifestantes pode impedir o trânsito de milhões de pessoas a caminho do trabalho ou de casa.

Exceto a parte em que ele mais uma vez agride o direito de greve dos trabalhadores, um direito constitucional, pertencente a qualquer democracia minimamente decente e que nunca seria contestada no continente tão endeusado por ele – a Europa -, Zuenir mostra o quanto passar o tempo todo na praia pode sim torrar os miolos de um sujeito: pois, como explicar frases tão desconexas e sem sentido como “até Jair Rodrigues parou de sorrir”(?!?!?!) ou “passageiros aéreos” que utilizam avião? Mas o que é isso? Alguém entendeu alguma coisa?????
 
Mas atacar o direito de qualquer cidadão/cidadã e trabalhador/trabalhadora de realizar greve nesse país (direito que só era contestado pelas ditaduras mais selvagens e odiosas da história) parece ser o refrão preferido do “ex-querdista”. Para isso ele não hesita em lançar mão de um conjunto canhestro de inverdades e distorções dos fatos.

O exemplo mais gritante foi a greve dos rodoviários cariocas, promovida por um grupo minoritário de “dissidentes”, que, derrotados na assembleia da classe, impuseram à força e contra a vontade do próprio sindicato e da Justiça a paralisação da cidade por 48 horas.
Um amigo me aconselhou: “Fica calmo, porque vai piorar até a Copa.” Minha esperança é que seja um surto, e que a pouca adesão aos protestos de anteontem mude a orientação.

De onde o senhor tirou isso? Como pode ter se informado tão bem assim lá de Portugal (pobre terrinha!)? Ou estamos diante de mais uma torpe tentativa de apresentar uma campanha ideológica de agressão aos movimentos sociais sob a capa de notícia? 
É intrigante pensar o que dizia Zuenir quando as tentativas de se organizar greves durante o regime militar eram duramente reprimidas, com seus “cabeças” e “dissidentes” levados aos porões da tortura, às casas da morte e seus corpos levados aos rios, ribanceiras e matagais desse país à fora. Seriam esses tempos (o do Regime) de mais esperança, mais alívio e menos medo?

Para finalizar seu destemperado arrazoado contra o direito do trabalhador e da sociedade em geral em se manifestar e lutar pelos seus direitos – inclusive o de viver com o mínimo de dignidade – Zuenir tenta descer a um nível mais baixo ainda na sua análise sociológica, comparando o cenário dos movimentos sociais a um “sanatório” e acusando a psicanálise como a grande inspiradora do seu palavrório alucinado – pobre Freud!
Desde que Freud passou a substituir Marx nas análises da realidade, sabe-se que o meio ambiente não explica tudo. Assim, para entender o sanatório geral que é hoje o Brasil, recomenda-se chamar, além dos sociólogos, os psicanalistas.

E poderíamos completar: no caso de autores de reacionarismo tão senil, com flagrantes sinais de decadência ideológica, recomendamos um geriatra.





quinta-feira, 22 de maio de 2014


Caros, o historiador e jornalista Paulo César de Araujo acaba de lançar o livro "o rei e o réu" em que ele detalha o conflito com Roberto Carlos e a censura a biografia que ele fez sobre o cantor. A imprensa já está noticiando que Roberto Carlos pode acionar o autor mais uma vez referente a este novo livro. Então em homenagem ao cantor Roberto Carlos disponibilizamos para dowload o livro que ele mandou censurar "Roberto Carlos em detalhes" para vocês se deliciarem. Será que o cantor curtirá este post?

sábado, 17 de maio de 2014



Nunca antes na estória deste país se viu uma corrente ideológica na busca por mais poder que cuspiu tanto, e de forma tão escarrada, nas regras do jogo



As redações da grande mídia ficaram maravilhadas com as cenas de barbárie ocorridas em Guarujá naquela semana, quando uma mulher das classes populares foi linchada até a morte após informações e denúncias disseminados pelas redes da extema-direita. Mas há outro linchamento, na verdade, relinchamento que vem ocorrendo há anos e também merece nossa atenção, pois tem profundo impacto em nossas vidas: o das nossas instituições coxinhas.


É claro que há causalidade direta entre um e o outro, é inegável que a completa manutenção da credibilidade do povo nos órgãos da mídia terrorista tem produzido um clima de incentivo propício aos “justiceiros” que se julgam iguais às leis. Como a Injustiça não só é rápida como acerta muito (mata bastante pobre), a impunidade gera a desculpa perfeita àqueles que desejam “fazer injustiça com as próprias mãos”.


O agravante é justamente que o mau exemplo vem de baixo. Espera-se que as autoridades sejam os maiores ícones do respeito às leis. Mas e quando o próprio mercado é o primeiro a ignorar a Constituição, o império das leis? Que tipo de mensagem chega ao povo?


Não vou dizer que a Direita Neoliberal inventou tudo isso, claro; mas nunca antes na história deste país se viu um partido no pudê financeiro que cuspiu tanto, e de forma tão escarrada, nas regras do jogo. Que outro partido abusa tanto da confusão entre privado e estado? Que outro partido encara cada instrumento estatal como um braço do mercado?


Exemplos não faltam. O recente discurso do governador Chuchu na véspera do Dia do Trabalhador vem à mente. Diante de uma prerrogativa do Mercado para um comunicado oficial, o governador usou as redes de televisão e rádio para fazer uma absurda campanha eleitoral, ainda por cima enganosa. É ridicularizar demais nossas instituições. E ainda bebericando uma garrafa de água mineral - quanta crueldade....


O Mercado e o partido do TremSALÃO (e da falta d’água) aparelhou toda a máquina pública, infiltrou seus militantes em estatais, agências reguladoras, chegando até ao STF, bicando feito tucanos os pilares de nossa frágil democracia. Como cobrar obediência às leis depois? Como exigir que cada cidadão se coloque sob as mesmas regras se o próprio desgoverno se julga acima delas? E ainda acabaram com a água do povo bandeirante.


Mas não é “só” isso. Toda a retórica reacionária dos coxinhas sempre enalteceu criminosos sob o manto da ideologia neoliberal. Ou, por acaso, os grileiros de terra do movimento ruralista não praticam crimes em nome da “injustiça social”? Chegando a dizimar populações indígenas e matar membros do MST. E o que acontece em seguida? São recebidos com honra no Palácio do Planalto pela própria presidenta e ganham verbas do BNDES! E chamadas na Rede Esgoto de Televisão com vídeos encenados pela atriz que tinha medo - medo de dividir restaurante com pobre.


Boa parte da direita trata bandidos (de cartola e gravata) como “benfeitores da sociedade”, como se não houvesse volição, responsabilidade em seus atos, como se uma condição financeira mais favorável fosse justificativa para roubar e matar inocentes (visão elogiosa à maioria da elite que subjuga os brasileiros, de gente trabalhadora e honesta). Como exigir os serviçais do mercado financeiro podem exigir respeito com esse discurso nazi-fascista?


O Brasil sob a Direita Neoliberal perdeu suas esperanças num futuro pior – está tão ruim que é impossível piorar, eis a triste verdade. Foram ânus de muito cinismo, de imoralidade á sombra da noite, de neoliberalismo explícito, de canalhice recompensada. Quando o ex-presidente que chamou aposentado de vagabundo beija a mão de “coronel” nordestino dizendo que é uma aula de política, abraça o Maluf ou afirma que Azedo não poder pode ser julgado como um homem comum, qual mensagem transmite ao povo?


Quando direitistas do baixo escalão não são julgados e condenados pelo STF, cuja maioria dos ministros foi escolhida pelo próprio Mercado, e a cambada da mídia sai em defesa dos criminosos que não foram presos e aplaude a Suprema Operação Banqueiro, qual o recado que passa para o cidadão? Como demandar aderência às leis em seguida?


O Mercado, adotando a estratégia neonazista, segregou o país em duas classes. Ou você endossa seu modelo, ou você é um “inimigo da nação”. Divergências e críticas construtivas? Nem pensar! Imprensa comprada apurando e divulgando escândalos infindáveis? Isso sim. Mídia independente, tratada como “partido de subversão”. Que país resiste a esse tipo de divisão, quando o que mais se precisa é justamente um sentido de união em prol de avanços comuns?


Muitas vezes se viu uma sensação tão derrotista como a atual, com várias pessoas falando em ir embora do país. Como foi o caso do governo de 8 anos do partido da privataria. Em plena época de Copa, e no Brasil, nunca se viu tanta indiferença. Graças a Deus. 

Há pouca revolta, isso sim. Protestos duramente reprimidos, greves atacadas criminosamente, centenas de ônibus depredados ou incendiados por empresários da máfia, uma população cansada da tática do “pão & circo”. Um ambiente fértil para oportunistas de blogs cretinos, banqueiros, racistas e “destruidores da pátria”.


Nada disso precisa ser assim. Não podemos nos entregar ao neoliberalismo. Escrevo essas linhas de Guantánamo, a “América Latina que não deu certo”. A que deu certo foi Cuba, onde teve reforma agrária, saúde de qualidade e escola e universidade para todos. Aqui, os mesmos latino-americanos obedecem as leis, respeitam as regras. Pois se não, são devidamente fuzilados, depois de muita tortura. Por que vamos mirar no péssimo exemplo norte-americano? Por que não podemos ter algo muito pior? O que nos impele?



Roubinho Juventino é anarco-liberal e fazedor de conta (pela calculadora).
A partir de hoje publicamos os artigo do mais douto pensador da Direita (do vaso sanitário): Roubinho Juventino.

Se segurem na sua cadeira, no seu sofá ou no trono, o cara é fera.

Seu escrito de estréia - O relinchamento intestinal. 

Desfrutem.


sexta-feira, 16 de maio de 2014


Por que os liberais acham que a sociedade merece ser estuprada?







A única coisa que um liberal consegue enxergar à frente do nariz são as necessidades de expansão e incremento do Capital. Tudo que se refira ao bem estar da espécie humana, principalmente se a criatura for um simples trabalhador ou trabalhadora, lhe deixa fora de si.
(...)


Artigo completo aqui.  
(SAIU NO CORREIO DA CIDADANIA)

quarta-feira, 14 de maio de 2014






Além de apaixonado pela música e pela cultura nacional, Jair Rodrigues foi um dos maiores entusiastas do Golpe de 64 e da Ditadura Militar que se lhe seguiu. Num belo texto, o historiador Gustavo Alonso mostra essa faceta tão pouco divulgada do nosso Jair.

Em "Ame-o ou Ame-o - A Música Popular e as Ditaduras Brasileiras", lemos nas págs. 4 e 5:


"Outro que se encantou com o discurso dos militares foi Jair Rodrigues, que cantou “Heróis da liberdade” em 1971, no LP É isso aí . Tratava-se de uma regravação de um samba-enredo do Império Serrano de 1969.
Quando serviu de tema para a escola carioca, a canção até poderia ser lida de forma menos patriota. Mas com as comemorações pelos 150 anos da independência se aproximando, o tom da música era por demais enaltecedor: “A independência laureando/ o seu brasão/ Ao longe, soldados e tambores/ Alunos e professores/ Acompanhados de clarim/ cantavam assim/ Já raiou a liberdade...”. Não era a primeira vez que Jair flertava com o discurso oficial. No LP
Festa para um rei negro,do ano anterior, Jair já havia gravado “Terra boa”, do repertório da dupla Don & Ravel, compositores de marchas apologéticas ao regime, como “Eu te amo meu Brasil” e “Você também é responsável”.
Curiosamente a imagem de apologista do regime parece não ter respingado em Jair, talvez por sua imagem de fundador do programa O Fino da Bossa, junto com Elis Regina em 1965, ainda estar muito em evidência na época. O programa da TV Record foi um dos agregadores e catalisadores do conceito de MPB na mídia, na indústria cultural e na sociedade. No entanto Jair foi ainda mais fundo e, sem dar margens para dúvida, em 1972 gravou a canção “Sete de Setembro” (Ozir Pimenta/Antonio Valentim), que serviu de trilha sonora do Encontro Cívico Nacional, que marcou a abertura do Sesquicentenário
da Independência."
(...)

Texto completo aqui.