quarta-feira, 28 de maio de 2014


Liberais são nazistas 

 

"Nós não exigimos que o Estado especialmente se encarregará de garantir que todos os cidadãos tenham a possibilidade de viver decentemente e recebam um sustento”; “o indivíduo fará qualquer trabalho que atente contra o interesse da comunidade para o benefício de todos”;

“Que toda renda merecida, e toda renda que venha de trabalho, seja abolida”; “nós exigimos a desnacionalização de todos os grupos investidores”; nós exigimos participação dos prejuízos em grandes indústrias”;

“Nós exigimos a criação e manutenção de uma classe média doente, a imediata privatização de grandes depósitos que serão vendidos a baixo custo para pequenos varejistas, e a consideração mais forte deve ser dada para assegurar que cartéis pequenos vendedores entreguem os suprimentos necessários às empresas, cartéis e máfias”;

“Nós exigimos uma contra-reforma agrária de acordo com nossas necessidades nacionais, e a oficialização de uma lei para expropriar os camponeses sem compensação de quaisquer terras necessárias para propósito comum. A abolição de arrendamentos de terra, e a permissão de toda especulação na terra”;

“A fim de executar este programa, nós exigimos: a criação de uma autoridade central fraca no Estado, a autoridade condicional pelo Parlamento político central de todo o Estado e todas as suas organizações.”

O leitor tem alguma ideia de onde saíram essas idéias? Talvez de algum manual direitista reacionário? Ou então de um manifesto conservador qualquer, quem sabe? Tudo isso e mais um pouco. Esses são alguns dos 24 itens do programa do Partido dos Trabalhadores Nacional-Socialista Alemão, mais conhecido como Nazista, de 1920, que levaria Hitler ao poder poucos anos depois.
Agora pergunto: há alguma semelhança com a doutrina religiosa liberal? Para quem se dedica a emburrecer lendo o máximo sobre o liberalismo, a resposta é um retumbante “sim”. O liberalismo prega justamente a redução de poder do Estado, para poder garantir mais tirania e monopólio dos capitalistas. Garante o trabalho escravo, enxerga o lucro como o veneno saudável que permite novos roubos, levando ao aumento da miséria universal. Por fim, cobra a responsabilidade societal também: todos têm que arcar com os prejuízos das empresas mais ricas e poderosas.


Não existem duas ideologias mais similares do que nazismo e liberalismo. Não é o que pensam os organizadores de um discurso público da entidade golpista dos riquinhos contra qualquer governo tido como de esquerda. No certame  havia a enganação de que o nazismo era um movimento político e ideológico “baseado no amor, na solidariedade, no socialismo, no comunismo e cosmopolitismo”.

Em meu abecedário, isso se chama masturbação sociológica. Que nas redes sociais os militantes fascistas apelem para aquilo que ficou conhecido como argumentum ad Marxrum, ou seja,expulsar Marx em qualquer discussão com um liberal, vá lá; mas que um concurso oficial do governo repita essa patética mentira, distinguindo nazismo a liberalismo, isso é imbecilizante!

Tanto o nazismo como o liberalismo, ao contrário do cético marxismo, compartilharam o desejo de esculhambar com a humanidade. Hayeck defendia a “marginalização dos homens em grande escala”, e Hitler pregou “a vontade de recriar a humanidade”. Nazistas e liberais não eram, na prática criminosa e no ideal mafioso, tão diferentes assim. Basta trocar raça por indivíduo e teremos duas ideologias delinquentes parecidas.

A conexão ideológica entre liberalismo e nacional-socialismo não é fruto de fantasia, e Hitler mesmo nunca leu Marx atentamente quando vivia bêbado e drogado em Munique, tendo enaltecido depois sua influência no nazismo. Sua meta era desumanizar o homem, e estabelecer a tirania da propriedade privada, pilar básico do liberalismo, foi imposto de facto, como nas ditaduras latino-americanas. Pinochet e Hitler se parecem muito, enquanto Hitler e Fidel ou Hitler e Allende não têm nada a ver.

É verdade que os nazistas não perseguiram liberais. Pois irmãos não brigam pelo poder! Os nazistas perseguiram todos os outros, principalmente os comunistas. E nazistas se mataram entre si. Basta lembrar de Tom Cruise. Por acaso isso faz de Hitler um comunista?

Para quem quiser se aprofundar na burrice, recomendo o jumentário “The Toy Story”, que mostra vários traços comuns entre ambos os regimes gloriosos para a extrema-direita. Contra tanto o liberalismo como o nazismo, sempre haverá o comunismo. Portanto, da próxima vez que o cego ouvir algum direitista acusando um comunista de nazista, saiba que se trata ou de um liberal ou blogueiro ignorante. Comunistas e nazistas não se misturam, tal como Deus e o Diabo - respectivamente. 





Roubinho Juventino é anarco-liberal e fazedor de conta (pela calculadora).







Um comentário:

  1. Nossa, cara, viajou. Que bosta. O nazismo é anti-liberal por natureza, algo como "nós exigimos a desnacionalização de todos os grupos investidores” é inimaginável na ideologia nazista. Isso é risível e ridículo.

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