Leilane Nuebart talvez tenha sido a jornalista
que mais penou nos últimos dois meses. Suas imbecilidades e chavões
reacionários foram prontamente desautorizados por estudiosos e especialistas
que se pautam não em preconceitos, ignorância e estupidez elitista (como o da
patética jornalista), mas em pesquisas, dados e levantamentos.
Era nítido o seu desconforto com as
manifestações de protestos e manifestações populares clamando por direitos e
pedindo por justiça, pelo restabelecimento da dignidade. Exigindo um basta a
tanta humilhação e pilhagem perpetradas pelas classes políticas e grupelhos da
média e grande burguesia brasileira.
Leilane deve ter imaginado assim que os
levantes começaram a pipocar. “É triste, mas vai ser fácil debelá-los. Basta qualificá-los
como vândalos, baderneiros, terroristas, anti-democráticos, aberrações humanas,
bestas, bandidos etc.”. Deve ter
imaginado que não teria liga, adesão. Era só se servir do inventário de termos
já largamente utilizados pela Rede Esgoto de Televisão contra outros movimentos
sociais (como o MST) e os moradores de favelas. E pronto. Essa escória voltaria
para casa, onde é o seu lugar depois de cumprida a sua jornada de trabalho.
Onde ela pode exercer o único direito que lhe é garantido: assistir as novelas
e noticiários do plim-plim. Simples assim.
Mas não foi assim que tudo se passou.....
E além de tudo, a brava repórter teve que aturar e recepcionar
especialistas e estudiosos que ganham a vida refletindo sobre as questões relacionadas com os protestos. Ao contrário de muitos jornalistas, que ganham a vida ignorando a realidade (talvez por viverem encurvados, olhando pra baixo, de modo a comer seu delicioso capim...).
Era nítido também o seu desconforto com o que era falado por
aqueles agentes. Por pouco ela não deu faniquitos, tentou interromper o quanto
pode quando se sentia contrariada em seus dogmas reacionários e medievais. Mas
essa ralé pode ir às ruas? O povo tem direito de protestar? Nossa democracia
não é só representativa, mas fundamentalmente participativa? “Meu Deus, que
nojo, que país é esse????”
Pobre Leilane....
Mas Leilane, não desanime. Para ser jornalista da Global, tu cumpres um requisito fundamental: ter sempre a falência múltipla dos neurônios quando se trata de discutir com profundidade as questões sociais desse país.
Leonardo Soares é historiador e passa bem, embora ainda precisando de
cuidados (de uma enfermeira se possível), depois de ter assistido 2 minutos de
TV Grobu.
Nenhum comentário:
Postar um comentário